Hamburger Anzeiger - Pequim critica 'demolição forçada' de monumento chinês no Canal do Panamá

Pequim critica 'demolição forçada' de monumento chinês no Canal do Panamá
Pequim critica 'demolição forçada' de monumento chinês no Canal do Panamá / foto: Daniel DE CARTERET - AFP

Pequim critica 'demolição forçada' de monumento chinês no Canal do Panamá

A China criticou com veemência nesta segunda-feira (29) a demolição de um monumento situado na entrada do Canal do Panamá que simbolizava a amizade entre os dois países e as contribuições de Pequim à via interoceânica.

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O monumento foi derrubado no sábado por ordem da Prefeitura de Arraiján, uma localidade próxima à entrada do canal no Pacífico, em meio à pressão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para reduzir a presença do gigante asiático nesta via que liga os oceanos Atlântico e Pacífico.

"A China deplora a demolição forçada por parte das autoridades locais competentes no Panamá de um monumento às contribuições chinesas ao Canal do Panamá", indicou o Ministério de Relações Exteriores chinês em comunicado publicado no X.

"O monumento servia como testemunho e memorial da amizade tradicional entre China e Panamá, e da enorme contribuição dos trabalhadores chineses que cruzaram os mares rumo ao Panamá no século XIX para ajudar na construção da Ferrovia de Dois Oceanos e do Canal do Panamá", diz a nota.

A Prefeitura panamenha afirmou que o monumento, construído em 2004, foi retirado pois apresentava danos estruturais que representavam um "risco".

O próprio presidente panamenho José Raúl Mulino disse no domingo que "não há nenhuma justificativa para a barbaridade cometida" e reforçou que é um "ato de irracionalidade imperdoável".

A indignação -- à qual se juntaram ex-presidentes e líderes políticos panamenhos -- fez com que o governo de Mulino ordenasse a "restauração imediata do monumento em seu mesmo lugar", em coordenação com a comunidade chinesa no Panamá.

Desde que retornou à Casa Branca, Trump tem ameaçado retomar o controle do canal, ao alegar que Pequim tem muita influência em suas operações.

Estados Unidos e China são os principais usuários do canal, de 80 km e por onde passa 5% do comércio marítimo mundial.

A via esteve sob controle americano entre 1914 e 1999, quando passou para mãos panamenhas.

Em meio às ameaças para retomar sua administração, Trump exige ao Panamá condições preferenciais para seu uso por parte de embarcações americanas.

A Hutchison Holdings, sediada em Hong Kong, opera dois portos próximos ao canal no Pacífico e no Atlântico, mas concordou em vendê-los à BlackRock, que tem sede nos Estados Unidos.

H.Rathmann--HHA