Hamburger Anzeiger - Guerrilha ELN ordena confinamento de civis na Colômbia ante ameaças de Trump

Guerrilha ELN ordena confinamento de civis na Colômbia ante ameaças de Trump
Guerrilha ELN ordena confinamento de civis na Colômbia ante ameaças de Trump / foto: STRINGER - AFP/Arquivos

Guerrilha ELN ordena confinamento de civis na Colômbia ante ameaças de Trump

A guerrilha colombiana ELN ordenou, nesta sexta-feira (12), que civis em regiões sob seu domínio fiquem confinados por três dias a partir de domingo, enquanto realiza exercícios militares para responder às "ameaças de intervenção" de Donald Trump.

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O presidente dos Estados Unidos advertiu que não descarta atacar o território colombiano para frear o narcotráfico, em meio às tensões provocadas pela ofensiva militar de Washington no Caribe e no Pacífico.

O grupo rebelde mais longevo das Américas, que controla regiões-chave para a produção de drogas, advertiu, em nota, que lutará pela "defesa" do país e ordenou restrições à mobilidade entre as 11h GMT (8h em Brasília) de domingo e as 11h GMT de quarta-feira.

"É necessário que os civis não se misturem com militares para evitar acidentes", diz o comunicado divulgado nas redes de propaganda insurgente, no qual o grupo pede às comunidades para não transitarem por "rodovias" ou "rios navegáveis".

O Exército de Libertação Nacional (ELN) acusa Trump de ter um "plano neocolonial" com o qual "pretende recrudescer o saque" dos "bens naturais" da Colômbia.

A guerrilha celebrou por dois anos negociações de paz com o governo de Gustavo Petro, mas os diálogos terminaram em janeiro pela persistência dos ataques dos rebeldes.

O ELN está presente em mais de 20% dos mais de 1.100 municípios da Colômbia, segundo o centro de estudos sobre o crime Insight Crime.

Um de seus redutos fica na região do Catatumbo, uma das áreas com mais cultivos de entorpecentes do mundo, na fronteira com a Venezuela, onde o grupo insurgente controla a produção de cocaína.

Vários estudos dão conta da presença do ELN do outro lado da fronteira, onde supostamente opera em aliança com as forças militares venezuelanas. O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, nega estas afirmações.

Diante das ameaças de Trump, o presidente colombiano lhe exigiu, na semana passada, que "não ameace" a "soberania" da Colômbia.

Enfrentamentos nas redes sociais entre Petro e Trump levaram Bogotá e Washington à sua pior crise diplomática apesar de décadas de uma relação de proximidade.

A Colômbia é o maior produtor mundial de cocaína, segundo a ONU.

F.Schneider--HHA